domingo, 11 de março de 2012

SER EDUCADOR NA CRECHE...

O trabalho do educador na creche é complexo e desafiante.
Normalmente mais preparados nas Escolas de formação inicial para o trabalho com grupo etário 3-6 anos, os educadores sentem-se por vezes confrontados com o dilema do difícil equilíbrio entre privilegiar os jogos livres e o consequente sentimento incómodo de estar apenas a cuidar ou guardar as crianças ou de acentuar as atividades dirigidas ou orientadas que muitas vezes podem levar a uma hiperestimulação precoce e perigosa .
Será possível descobrir uma terceira via pedagógica que englobe o conjunto das situações vividas dando prioridade à livre expressão das crianças a propósito dos objetos de conhecimento e encorajando a comunicação entre pares?
Será possível pois transformar as relações adulto-criança com um reequilíbrio da comunicação interpessoal, fazendo das creches espaços vivos e adequados ao desenvolvimento?
Falemos então nas caraterísticas muito específicas que reveste o trabalho do educador de infância na creche.
É que sendo embora um trabalho com crianças, a especificidade deste grupo etário acentua alguns aspetos da ação do profissional, dando-lhe ênfase particular e tornando visível alguns contornos que tendem a esbater-se à medida que a criança cresce.
Na creche torna-se extremamente clara a necessidade de criar laços com cada criança.
O grande objetivo do trabalho curricular é o de desenvolver na criança a confiança básica de que nos fala Erikson, confiança em si própria e nos adultos que a rodeiam.
Por isso, as rotinas têm que ser flexiveis e individualizadas, baseadas nas necessidades das crianças e a importância das atividades deve ser relativizada.
Os tempos de cuidados( alimentação, higiene) emergem como momentos privilegiados de relação e de afeto, momentos de trocas intensas e de aprendizagem e em que a independência e a autonomia se podem exercer.

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